Dina Aguiar, uma das jornalistas mais icónicas da RTP, está a deixar a estação pública após uma carreira que se estende por mais de quatro décadas. A sua saída, programada para o final de setembro, coincide com o fim do programa “Portugal em Direto”, que ela apresentou diariamente desde 2005. Esta mudança, conforme fontes próximas à RTP, é impulsionada pelas restrições orçamentais que a estação enfrenta, levando à reavaliação de contratos e formatos.
Desde que iniciou a sua trajetória na RTP em 1978, Dina Aguiar tornou-se uma figura central na informação televisiva portuguesa. Ao longo dos anos, destacou-se em diversos programas, incluindo “Informação Dois”, “Telejornal” e “O País Real”, até chegar ao “Portugal em Direto”, onde cativou audiências com um estilo próximo e empático. A sua capacidade de conectar-se com o público fez dela uma referência na televisão pública, conquistando a confiança de várias gerações de telespectadores.
A decisão de dispensar Dina Aguiar, apesar de já estar reformada, reflete a pressão financeira que a RTP enfrenta, onde o valor do seu contrato de prestação de serviços foi considerado elevado em face dos cortes orçamentais. A saída da jornalista não é apenas uma mudança de programação, mas o encerramento simbólico de uma era que foi marcada pela proximidade e confiança que figuras como Dina proporcionaram aos telespectadores.
Com a saída de Aguiar, a RTP planeia lançar um novo formato de informação regional a partir de outubro, produzido no Centro de Produção do Norte. No entanto, até ao momento, não há um rosto confirmado para o novo programa, o que levanta questões sobre a continuidade do legado de proximidade que Dina representou.
Os telespectadores reagem com emoção à despedida da jornalista, recordando a sua forma calorosa e natural de apresentar as notícias. A sua presença em “Portugal em Direto” tornou o programa um espaço de conexão com a vida das regiões e das pessoas, refletindo a realidade do país com sensibilidade e respeito.
O impacto de Dina Aguiar na televisão pública é indiscutível. O seu legado, construído ao longo de décadas de dedicação e profissionalismo, deixa uma marca difícil de substituir. Esta despedida não é apenas uma mudança na grelha da RTP; é um lembrete de que os rostos que moldam a informação e a forma como a vivemos permanecem vivos na memória coletiva. A saída de Dina Aguiar simboliza o fim de um ciclo, mas o seu contributo para o jornalismo em Portugal perdurará, ecoando na forma como as gerações futuras se relacionam com a informação.